OPINIÃO POLÍTICA | Pedro Ramos – Eutanásia

EUTANÁSIA

 

Esta semana decidi escrever sobre um tema controverso, a morte medicamente assistida, que nestas últimas semanas dominou a agenda parlamentar e os debates da sociedade civil.

A argumentação de quem votou contra os projectos de lei apresentados na Assembleia da República para impedir a despenalização da eutanásia, foi única e exclusivamente a de incutir o medo.

A eutanásia é o acto de terminar a vida de alguém com uma doença incurável, sem dor ou sofrimento.

Todos nós deveríamos ter o direito de, conscientemente, escolher como queremos terminar a nossa vida, quando nos deparamos com uma doença incurável e fatal que nos provoque um sofrimento insuportável. No meu ponto de vista a eutanásia, nesta situação, não deveria ser crime, mas sim um acto de compaixão e respeito pela dignidade humana.

Não aceito que me imponham um sofrimento, à custa de uma moral seja ela católica ou outra qualquer.

José Saramago tem uma frase que retrata bem o que eu quero dizer, a qual passo a citar “ Ninguém tem o direito de dizer a uma pessoa que quer sair da vida você vai ter que ficar aí ligada aos tubos”

Tenho a certeza que no futuro esta lei será aprovada para bem da nossa sociedade que se deseja humana, justa e livre de fazer as suas escolhas.

Para terminar, gostaria só de acrescentar que a eutanásia só seria praticada, sempre a pedido consciente das pessoas como estava bem expresso em todos os projectos de lei apresentados, para que não haja dúvidas transcrevo o artigo 2º do projecto de lei do Bloco de Esquerda:

 

Artigo 2º

 

Do pedido de antecipação da morte

 

  1. O pedido de antecipação da morte deverá corresponder a uma vontade livre, séria e esclarecida de pessoa com lesão definitiva ou doença incurável e fatal e em sofrimento duradouro e insuportável.
  2. O pedido referido no número anterior apenas poderá dar origem a um procedimento clínico de antecipação da morte se feito por pessoa maior, capaz de entender o sentido e o alcance do pedido e consciente no momento da sua formulação.

 

As sociedades têm de evoluir e ir de encontro às necessidades dos seus cidadãos.

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